Crânio descoberto na Etiópia joga por terra tese da evolução humana

Eis que pesquisadores ligados ao Museu de História Natural de Cleveland, em Ohio, nos EUA, descobriram, na Etiópia, um crânio – quase completo – de um nosso ancestral humano que viveu há 3,8 milhões de anos. E eis que essa descoberta pode jogar por terra tudo que sabíamos, até aqui, sobre a nossa evolução como espécie.

Crânio descoberto na Etiópia joga por terra tese da evolução humana

16/SET

Não entendeu nada, né?

Calma que a gente te explica... 

O professor Yohannes Haile-Selassie encontrou o crânio em um local chamado Miro Dora, na região de Afar, na Etiópia e disse que, assim que reconheceu o fóssil, teve certeza de que a tese (defendida até aqui) de que nós, humanos, descendemos de uma espécie particular de primata (a que pertence a Lucy, cujos restos mortais foram encontrados em 1974) precisa ser revista.

É que o senso comum científico dava conta (pelo menos até aqui) de que o A. anamensis era o ancestral direto de uma espécie mais avançada, conhecida como 

Australopithecus afarensis. E esta era considerada como sendo o ancestral direto dos primeiros seres humanos do gênero Homo, que inclui todos os homens modernos.

Lucy foi o primeiro esqueleto afarensis descoberto. E quando isso aconteceu, como já te contamos, lá em 1974, o mundo se curvou à revelação. O fóssil recebeu este nome por conta da música “Lucy in the Sky With Diamonds”, dos Beatles. Era o que estava tocando no rádio enquanto os cientistas escavavam.

Mas por que tanta agitação em torno de Lucy? 

É que ela foi declarada como sendo o primeiro primata capaz de andar em pé.

E quando se imaginava que Lucy seria o último divisor de águas na Arqueologia e na história da humanidade, eis que surge o fóssil da Etiópia.

De acordo com o professor Haile-Selassie, a descoberta recente trouxe ao mundo o melhor exemplar – até agora – de um ancestral do homem, semelhante a um primata, chamado Australopithecus anamensis. O mais antigo data de 4,2 milhões de anos atrás.

A comunidade científica também ficou em polvorosa com a descoberta. 

Fred Spoor, professor do Museu de História Natural de Londres, no Reino Unido, disse que o anamensis "parece prestes a se tornar outro ícone célebre da evolução humana".

Tá, tá, mas qual o motivo de tanto alvoroço? 

É que com a descoberta da Etiópia, a Ciência já pode afirmar que as duas espécies –anamensis e afarensis – existiram no mesmo período de tempo. Isso significa que, ao contrário do que se imaginava até aqui, o primeiro não evoluiu diretamente para o segundo de maneira linear.

É isso...Lucy perdeu o posto. O novo elemento de fascínio para o planeta vem da Etiópia. 

Qual nome será que receberá? 

 

[Fonte: G1 // Ciência e Saúde]