Pessoas ficam emotivas além da conta quando bebem demais, certo? Por que será?

Aí você estava de total posse das suas faculdades mentais, foi para aquele encontro marcado com os amigos e o papo – claro, sempre muito animado – foi embalado por bebida alcóolica.

Pessoas ficam emotivas além da conta quando bebem demais, certo? Por que será?

21/MAI

Nenhum problema nisso, seeeee você não tivesse dado aquela exageradinha básica e, como se diz por aí, não tivesse saído se declarando para todo mundo e dizendo coisas que, bem, era melhor não ter dito.

Existe um ditado que diz que quando o álcool entra a verdade (nem que seja chorosa) sai. Será que é assim mesmo?

Vamos ver...

O que acontece no organismo ao longo do processo de digestão do álcool é que, quando este chega ao estômago, uma parte dele é absorvida pelo sangue e outra parte é enviada para o intestino delgado.

Na fase seguinte, ambas as partes são processadas pelo fígado, antes de serem excretadas.

Tá, mas e a parte em que o álcool interfere nas emoções?

Caaalmaaa! Já vamos te explicar.

Acontece que, na etapa de processamento, uma parte da bebida consegue atravessar a barreira hematoencefálica. Isso significa que ela entra direto no cérebro – por meio da circulação de sangue – e..?

O comportamento começa a ficar ligeeeiraamente alterado.

Uma vez instalado no cérebro, o álcool se concentra na região do córtex, ou seja, na matéria cinzenta que processa informações sensoriais e pensamentos. 

Pronto, é ali mesmo que o álcool vai – também como se diz por aí – “bagunçar o coreto”. Vai atrapalhar, mesmo, o funcionamento da região, embaralhar os neurotransmissores e fazer o indivíduo agir, digamos, de maneira um tanto bizarra.

Com o cérebro sob efeito do álcool, inibição e pudor são os primeiros que “dão adeus”. É por isso que a tendência de quem passou da medida no consumo de álcool é se sentir muitíssimo corajoso (a). Na etapa seguinte, a pessoa fica falante e nem pensa nas consequências do que está dizendo. 

A bebida alcóolica age bloqueando os sinais elétricos entre as sinapses do cérebro, o que faz com que a pessoa fique completamente sem condição de interpretar as informações do modo certo.

Tá, mas e por que, em geral, no dia seguinte à bebedeira, a criatura...ops...a pessoa não lembra de nada?

A gente te conta também!

É que a região afetada (a do sistema límbico) também é responsável por ajudar a criar novas memórias. E visto que ela foi afetada pela bebida...Imagina só? 

É quase certo que, no dia seguinte, a amnésia “esteja na área”. 

Mas voltando à atuação do álcool no cérebro, é comum que pessoas bêbadas adotem uma versão extremada de si mesmas. O resultado é que dramáticos ficam emotivos e os que são felizes se tornam bobos.

Pode até ser engraçado de ler e de imaginar, mas vivenciar tal situação não é nada agradável.

Vale lembrar – sem querer dar lição de moral, mas já dando – que o álcool, apesar de lícito, é uma droga. E vicia tanto quanto as ilícitas.

Beber com os amigos é divertido? É.

Mas exagerar na bebida, não. E ela não vai resolver os problemas do cotidiano, apenas criar mais um.

O álcool atua de forma a retardar as atividades no sistema nervoso central, que é responsável pela função motora. Por isso é considerado um depressor. A partir dessa informação, é preciso repetir, quantas vezes forem necessárias, que muitas mortes, no Brasil, foram – são e, infelizmente, continuarão sendo – causadas por motoristas bêbados. 

Por isso, reproduzimos aqui a recomendação das autoridades: se beber, não dirija. E não permita que um (a) amigo (a) bêbado (a) assuma o volante de um carro. Zele pela sua vida, pela dele (a) e pelas vidas de outras pessoas.

Ademais, para evitar ser o (a) sentimental do grupo, que expressa afeto em excesso, a recomendação é se divertir, sim, mas sem exagerar. Dessa forma evita-se protagonizar cenas embaraçosas como abraçar pessoas, acenar para estranhos e até chorar compulsivamente.

Grotesco, não?

Pois é.

Para encerrar: está liberado que você tome aquele bom e velho choppinho com seus amigos, masss, a parte do “fecha a conta e passa a régua” é recomendável que não seja com a voz pastosa e os pensamentos embaralhados, alterados pelo excesso de álcool. Se perceber que está perdendo o controle, deixe o álcool de lado e beba água.

 A saúde e a vida agradecem.


[Fonte: www.megacurioso.com.br]