Sabe aquela ideia de que o mundo ideal seria aquele em que todos fossem vegetarianos e saudáveis? Pois é, economicamente falando, não é bem assim

Como é a sua alimentação?

Sabe aquela ideia de que o mundo ideal seria aquele em que todos fossem vegetarianos e saudáveis? Pois é, economicamente falando, não é bem assim

28/NOV

Você não abre mão de proteína animal ou se alimenta, basicamente, de legumes e verduras?

Independente da sua resposta, já parou para pensar em como seria a vida na Terra se, de repente, todo mundo virasse vegetariano?

Os motivos daqueles que já fizeram esta opção alimentar são diversos.

Há quem se apiede do sofrimento animal e os que buscam – com a alternativa – um estilo de vida mais saudável.

Pois é, mas, como tudo na vida, opções alimentares também têm seus prós e contras.

Por mais que carnívoros façam cara feia para a ideia, é inegável que reduzir a ingestão de carne traz muitos benefícios para a saúde e para o planeta.

Porééémm, se, em um átimo, todos no planeta decidissem “agora sou vegetariano”, as consequências seriam dramáticas. Para bilhões de pessoas.

Ué, como assim?

Andrew Jarvis, do Centro Internacional de Agricultura Tropical – CIAT (sediado na Colômbia) explica que, quando o país é desenvolvido, o vegetarianismo traz inúmeras vantagens para a saúde pública e para o meio ambiente, porém, em casos de nações em desenvolvimento, os níveis de pobreza poderiam acentuar-se ainda mais.

É, a questão é mais complexa do que parece.

De acordo com a avaliação dos estudiosos, a produção de alimentos responde por algo em torno de 25% e 30% de todas as emissões de gases de efeito estufa geradas pelo homem em todo o mundo.

E o grosso disso vem sabe de onde? Da pecuária, da criação de animais.

Tá, mas e a história de que o vegetarianismo em escala total também traria malefícios?

Já vamos te explicar.

O embasamento para tal afirmação é econômico.

Cerca de um terço das terras do mundo são áridas – ou semiáridas – e só comportam a criação de animais.

Isso significa que, visto que em tais regiões nenhuma plantação vinga, garantir a subsistência nelas, sem gado, seria impossível. E isso inclui – especialmente – os povos nômades que, sem seus animais, teriam de se estabelecer em algum povoado (ou cidade) perdendo, dessa forma, sua identidade cultural.

Mesmo as pessoas cujas vidas não dependem só da pecuária poderiam ser prejudicadas pelo vegetarianismo adotado mundialmente. E a explicação está nos pratos à base de carne que fazem parte da história, da tradição e da cultura de inúmeros povos.

E é justamente este impacto cultural – o que diz respeito a abrir mão da proteína animal – o responsável pelos frequentes fracassos de qualquer iniciativa voltada para a redução do consumo de carne. 

Viu?

Mudar o hábito alimentar pode pressupor apenas empenho pessoal de cada um, mas – em escala global – há consequências que precisam ser avaliadas. 


[Fonte: https://www.bbc.com]